Mão de obra qualificada é o gargalo da indústria brasileira
Na indústria brasileira, a qualificação profissional é um gargalo que afeta a produtividade, a capacidade de inovação e, consequentemente, a competitividade empresarial. É o que aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Plano de Retomada da Indústria, apresentado pela entidade, cita a educação como um dos desafios a serem superados pelo setor e destaca que garantir a formação dos jovens para o mercado de trabalho passa, impreterivelmente, por uma política nacional de educação profissional e tecnológica. O documento lista ainda a implementação plena do novo Ensino Médio, em especial o itinerário de formação técnica e profissional.
Os mais recentes indicadores do Mapa do Trabalho Industrial 2022, preparado pelo Observatório Nacional da Indústria, indicam que o Brasil precisa investir no aprimoramento e capacitação de pelo menos 9,6 milhões de trabalhadores no setor industrial pelos próximos três anos. E esta é uma realidade que ultrapassa as fronteiras da indústria e afeta todos os setores da economia, como revela o “Custo Brasil”, estudo apresentado no último mês pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O documento mostrou que “Empregar Capital Humano”, eixo que contempla a qualificação de mão de obra, detalha os encargos trabalhistas, processos e encargos jurídicos – representa mais de 8% do custo do país, que atingiu R$ 1,7 trilhão. Segundo a pesquisa, em valores, empregar no Brasil abocanhou R$ 360 bilhões das receitas.
Segundo o levantamento do Custo Brasil, no período analisado, os encargos trabalhistas permaneceram estáveis, o volume de processos trabalhistas diminuiu, mas a habilidade da força de trabalho foi impactada negativamente por entraves que fizeram o país deixar de crescer.
Resultado de um conjunto de entraves que oneram o ambiente de negócios nacional, o Custo Brasil foi medido pela primeira vez em 2019, totalizando R$ 1,5 trilhão, 22% do Produto Interno Bruto. Apesar de representar um aumento de cerca de 16% em termos nominais, o novo custo, quando comparado ao PIB de 2021, tem sua representatividade reduzida, alcançando 19,5%.
Já de acordo com o relatório CI na Indústria, produzido pelo Comunica.In, startup que atua na gestão, mensuração e automação da Comunicação Interna empresarial, o segmento enfrenta desafios únicos. A indústria tem um ótimo resultado no engajamento dos colaboradores em plataformas de Comunicação Interna, estando quase 5 pontos percentuais acima da média geral, que é de 42%. Mas, apesar dos números elevados, ainda existem diversos desafios para manter seus colaboradores realmente engajados e alinhados com as decisões das empresas. O relatório foi construído a partir da análise de 90,4 mil colaboradores e 6.102.520 disparos totais de comunicados no último semestre de 2022.
O estudo separou os cinco principais obstáculos e dificultadores da comunicação interna na área: complexidade e escala, diversidade da força de trabalho, trabalho em turnos e horários irregulares, barreiras linguísticas e acesso limitado à tecnologia. O conteúdo ainda revela que empresas industriais com problemas na comunicação interna podem ter diversas consequências e mal-entendidos dentro das organizações como refrações, consequências financeiras, atrasos em projetos, rotatividade de funcionários e disputas legais.
No setor, o canal mais utilizado para comunicação, seguindo a tendência geral do mercado, é o e-mail, porém o WhatsApp possui uma taxa de visualização muito maior do que os outros canais, com 69,9%. Além disso, também é importante pensar na personalização dos comunicados, já que os envios que possuem o uso desse recurso têm a taxa de visualização 17,6 p.p. acima dos que não exploram essa prática.
Segundo o relatório, “é necessário se atentar ao tamanho médio dos títulos dos comunicados. Na indústria, os títulos são muito semelhantes à média geral do mercado, ficando em 50,5 caracteres, enquanto a média geral do mercado fica em 50. Entretanto, observando a taxa de view pelo tamanho do título, a melhor performance está nos comunicados que vão de 41 a 60 caracteres. Portanto, nesse ponto, vê-se uma oportunidade de explorar um pouco mais o assunto, tendo a chance de aumentar a taxa de abertura dos comunicados de maneira geral. Além desses pontos, também é importante considerar o dia em que os recados são enviados para ter o maior aproveitamento possível dentro da estratégia. De acordo com o comportamento do período, domingo é o dia que os colaboradores da indústria mais recebem comunicação e é o dia que a taxa de visualização é mais baixa. No setor, o melhor dia seria o sábado, mas se considerarmos apenas dias úteis, a segunda-feira, assim como no cenário geral, é um dia onde o consumo da comunicação interna é maior.”