Máquinas agrícolas: confira as tendências do mercado em 2023
Com o avanço da tecnologia, as máquinas agrícolas se tornam ferramentas indispensáveis para os trabalhos no campo
Pode-se dizer que o funcionamento das máquinas agrícolas integra a paisagem daquelas enormes plantações. Sem a atuação desses instrumentos de trabalho, a terra não proporcionaria os resultados alcançados pelo agronegócio nacional, setor com grande contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB).
O cenário da indústria agrícola para 2023 propicia tendências positivas, apontando vantagens de se investir em um segmento em crescimento. Mesmo assim, sempre é necessário garantir uma boa dose de cautela em um cenário econômico que ainda apresenta instabilidade.
Não à toa a projeção relacionada à indústria de máquinas agrícolas e implementos já para o ano passado era de um crescimento de 9%. Os dados foram divulgados por João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimq).
O executivo foi além: a expectativa para o segmento envolve aumento de plantio e colheita de, no mínimo, 350 milhões de toneladas de grãos da safra que começou a ser plantada em setembro último.
A importância das máquinas agrícolas se mede pelo crescimento da procura mesmo no auge da pandemia de covid-19. O aumento de 17% em 2020 já era mais do que representativo. Em 2021, a surpresa foi ainda maior: subiu 42%. Dentro desse cenário, a própria indústria agrícola sozinha foi responsável por 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com mais de R$ 540 bilhões.
Falando em PIB, a importância do agronegócio dentro da composição da economia brasileira é enorme. A produção do campo representou 27,5% na riqueza nacional do País em 2021. A perspectiva era de elevação para o ano passado – cerca de 25,5%. Os números são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Apesar do tamanho da relevância, o PIB do Agronegócio tinha estimativa de fechar o ano passado com uma queda de 4,1%. A dicotomia que os números aparentam indicar se encaminham para o otimismo de olho em 2023. A estabilidade do aumento inflacionário e a da taxa de juros em nível mundial dos nos últimos meses ajudam muito nisso.
Em meio a tudo isso, a expectativa é a de que haja recordes históricos de produção em 2023. Divulgado em novembro do ano passado, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE) aponta que a safra nacional de grãos, cereais e leguminosas deve alcançar 288,1 milhões de toneladas neste ano. Isso representa um crescimento de 9,6% em relação às estimativas de 2022.
Máquinas agrícolas e a tecnologia no campo
A simplicidade do homem do campo é algo que ficou apenas no imaginário popular. Quem lida com a terra também deseja que a tecnologia atue em seu favor. E há elementos dos mais variados para que isso aconteça, otimizando os processos de produção e minimizando possíveis desperdícios.
Sistemas agrícolas especializados para computadores e dispositivos móveis até com funcionamento offline já existem. Todos aliam a informação à tecnologia, envolvendo áreas do cotidiano da produção, como pulverização e previsibilidade climática.
Sensores, dispositivos móveis e máquinas agrícolas autônomas também estão nesta lista de um futuro cada vez mais presente. A Case IH, por sinal, foi muito longe e fabricou o trator autônomo: sem cabine e controlado remotamente por um tablet ou computador. Sensores de proximidade e câmeras de vídeo a bordo, usados em parceria com o radar LIDAR (tecnologia ótica de detecção a laser) fazem com que o veículo perceba obstáculos parados ou em movimento.
Dentre outras máquinas agrícolas, uma semeadora produzida pela New Holland é capaz de plantar nas mais diversas condições de palhada, relevo e tipos de solo. O maquinário possui menor necessidade de manutenção, o que colabora no seu rendimento, além de elevar a autonomia de plantio.
A Agrale fabricou pela primeira vez no Brasil um modelo de trator, o 4233, com as rodas do mesmo tamanho e dimensões reduzidas, de modo a facilitar trabalhos em culturas baixas e estreitas, casos da viticultura (uva latada), fruticultura e avicultura, dentre outras.
Um monitor de colheita para colhedoras de cana-de-açúcar. Sim, existe. Fabricado pela empresa John Deere, ele é composto por sensores ópticos, colocados no elevador por onde passa a cana que foi colhida. Eles captam imagens do material que está subindo e, assim, é possível separar o joio e o trigo: ou seja, identificar o que é cana e o que é impureza vegetal.
Todas essas máquinas agrícolas mostram que a valorização dos dados no campo compõe um ato importantíssimo, sempre ficando de olho na Internet das Coisas, que são dispositivos que se conectam para o compartilhamento de informações em tempo real, e a Inteligência Artificial.
A conectividade necessária para que tudo isso funcione está de olho na chegada do 5G. A intenção é de que o sinal seja alcançado em áreas muito distantes no Brasil, unindo a instalação de mais repetidoras do próprio 4G, evolução anterior da internet.