Com alta demanda, empresas apostam em tecnologia para conformar o aço

Com alta demanda, empresas apostam em tecnologia para conformar o aço. Mercado oferece inovações capazes de aumentar a eficiência na produção de tubos com costura.

 

Material versátil e amplamente utilizado no dia a dia, o aço é, basicamente, uma liga de ferro com aproveitamento de carbono que permite um conjunto de aplicações e usos, como na construção civil, infraestrutura, transporte e energia, além da arte e do próprio uso doméstico. Há mais de 3.500 tipos diferentes, com propriedades físicas e químicas próprias, considerando uma infinidade de formas e espessuras. Seu consumo per capita anual chega a 222 kg na média global, segundo estima a Associação Latino-Americana de Aço (Alacero), reconhecida como Organização Especial de Consultoria pelas Nações Unidas e que representa a área siderúrgica da região perante organismos internacionais, dentre eles, a Agência Internacional de Energia, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Worldsteel.

 

Essencial para a vida, é impossível imaginar o mundo sem o aço. No quesito sustentabilidade, ele chama a atenção: todo o aço produzido nos últimos 150 anos pode ser usado em novos produtos e aplicações, reduzindo tanto custos quanto os impactos ao meio ambiente. Isso o leva à condição de material mais reciclado do mundo. Para Guillermo Gil Lopez, CEO da KDB IndusApesar de associados à construção civil, os tubos e perfis de aço são empregados na confecção dos mais diversos objetos e estão presentes em inúmeros setores que impactam a economia e o desenvolvimento global. “Basta olhar ao seu redor para perceber que esse material faz parte do dia a dia de todos, desde os alimentos que se consome, equipamentos para exercícios, cercas de segurança, portões, parques de diversões até os veículos que dirigimos. Os tubos e perfis de aço estão em todos os lados”, explica Lopez.

 

Eles são produzidos por meio da conformação, processo pelo qual se obtém peças pela compressão de metais sólidos em moldes. Dentre as várias etapas, partindo de uma bobina dimensionada, há dobras, solda por alta frequência, calibragem, dimensionamento, cortes e embalagem. “Cada equipamento pode produzir, mensalmente, de 800 a 4.000 toneladas de material, dependendo das configurações e medidas produzidas. Tudo ocorre de maneira automatizada”, explica o diretor executivo. O produto acabado pode ser dividido em tubos de aço com costuras industriais ou estruturais, atendendo os mais diversos setores da economia.

 

Valor agregado ao produto

Para o CEO, embora de modo geral e na maioria dos produtores do mercado, o aço seja visto como uma commodity, o que se percebe, cada vez mais, é o incremento do valor agregado. “Justamente pela versatilidade e desenvolvimento do aço em suas distintas formas, as empresas estão aprimorando este produto internamente. Com isso, elas conseguem se posicionar como fornecedores de projetos especiais”, explica. “Quem é capaz de manipular integralmente as soluções completas para a transformação do aço, desde o recebimento da matéria-prima em bobinas até o despacho dos produtos acabados, sem dúvida, ocupa posição de destaque neste contexto”, complementa Lopez.

 

O Brasil possui mais de 100 fábricas de tubos e perfis de aço, divididas estrategicamente pelo país para atender à demanda existente. Para ele, o país é bastante avançado em tecnologia e vem, gradativamente, aprimorando seus processos de automatização e segurança, situação diferente de outros vizinhos. “Em outros países latino-americanos podemos encontrar de tudo, como plantas industriais que são modelos a nível mundial, mas também processos muito precários e manuais”, ressalta.

 

O Brasil possui mais de 100 fábricas de tubos e perfis de aço, divididas estrategicamente pelo país para atender à demanda existente. Para ele, o país é bastante avançado em tecnologia e vem, gradativamente, aprimorando seus processos de automatização e segurança, situação diferente de outros vizinhos. “Em outros países latino-americanos podemos encontrar de tudo, como plantas industriais que são modelos a nível mundial, mas também processos muito precários e manuais”, ressalta.

 

Participação brasileira no mercado

Considerado o 9º maior produtor do mundo, com 36 milhões de toneladas produzidas em 2021 – um crescimento de 14,7% em relação a 2020 -, o Brasil conta com cerca de 30 usinas de aço. A participação brasileira no mercado internacional corresponde a 55,8% da produção na América Latina e 1,8% do total mundial. “O consumo do aço em cada país se dá de acordo com a política econômica local. No Brasil, por exemplo, temos o consumo de aço para fabricar bicicletas, enquanto no Chile, devido a acordos comerciais do país, esses produtos são importados e não industrializados localmente”, explica o CEO.

 

De acordo com a Worldsteel, associação que reúne siderúrgicas de 64 países e referência no assunto, a produção de aço em todo o planeta, no ano passado, alcançou a marca de 1,95 bilhão de toneladas, apresentando um aumento de 3,7% em comparação a 2020. A China liderou o ranking com 1,03 bilhão de toneladas, seguida de outros dois países asiáticos: Índia e Japão, com 118,1 e 96,3 milhões de toneladas, respectivamente. Estados Unidos, Rússia, Coreia do Sul, Alemanha e Turquia também superaram o Brasil no quesito, enquanto o Irã fechou o top 10. Somados, os países da América Latina produziram 64 milhões de toneladas em 2021.

 

Dados da Alacero apontam que a produção de aço na região, entre janeiro e junho de 2022, ficou 2,3% abaixo na comparação com o primeiro semestre de 2021. Apesar disso, o resultado superou as expectativas. No início deste ano, o desempenho foi afetado por fatores como pressões inflacionárias, incertezas políticas e medidas protecionistas do mercado latino-americano de aço, além da guerra entre Rússia e Ucrânia, que alterou o cenário de importação e exportação de um conjunto de materiais no mundo.

 

Além de se destacar na produção de tubos de aço com costura, o Brasil também tem despontado como uma liderança latina no fornecimento de máquinas e insumos para fomentar essa indústria. Algumas empresas têm trazido para a América Latina soluções tecnológicas de alta performance, como é o caso da KDB Industrial, organização brasileira que possui duas unidades em Indaiatuba – SP e atua em toda a América Latina, além de Estados Unidos e África do Sul.

 

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